A exemplo da legalidade, onde percebe-se que existem leis que ‘pegam’ e outras que não ‘pegam’, no Brasil só dá certo se ‘pega’. Tal situação pode até permitir a políticos cassados(?) por improbidade manterem-se liminarmente(?) no cargo, enquanto alguns eventos não ‘pegam’. No aspecto social, a repetida fórmula de concurso de miss, no qual se expõe jovens beldades aos critérios (?) ‘sabe-lá-quais-óbvios’ de julgamento, não há muita repercussão pelo Brasil afora. Sabe-se que uma, entre todas as que desfilarão, será eleita a nova miss Iguape.
Alguém se lembraria quem é a atual miss Iguape? Talvez haja uma diferença grande entre a nossa latinidade e a de países tal como a Venezuela. Lá, a força desses concursos é tamanha que possibilitou a uma delas candidatar-se à presidência do país. Afora isso, concursos de misses trazem outro aspecto intrigante, guardando proximidade com o comportamento dos políticos.
Vejamos… ambos ganham um título, acompanhado de uma faixa… O eleitor vota no candidato mais simpático, elegante, enfim, aquele que cativá-lo. A miss também recebe os votos, muitas vezes, em razão das poucas palavras, aspecto visual e simpatia com a qual mostra-se. Paramos aí; afinal, se de um ano a outro até esquecemos quem é a miss, alguns políticos que ocupam cargos eletivos atualmente – por sorte são apenas quatro anos –, não permitem que nos esqueçamos deles, em razão dos constantes aborrecimentos que nos causam com práticas políticas retrógradas. Daí, talvez, explica-se o costumeiro interesses de políticos ‘a moda antiga’, comportando-se como se ainda estivessemos no tempo do Coronelismo, com ferrenha opressão aos ‘do contra’ e corriqueiro paternalismo aos seus ‘adeptos’.
Para se ocupar muitos cargos públicos, com responsabidades um pouco mais sucintas e salários mais baixos do que o de prefeito e vereador, a lei obriga a aprovação em concurso disputado e onde existem complexas questões que envolvem desde matemática, português e até a legislação pertinente ao cargo. Algumas vezes, nos meus desvarios, penso acerca disso… Por quê não submeter os postulantes a cargo público de chefes de executivo e de membros das casas legislativas, a uma ‘primeira fase’ onde deveriam prestar uma prova semelhante? Como exemplo, passariam pela ‘peneira da prova’ cinco vezes o número de vagas que há para o cargo. Assim, os candidatos teriam, necessariamente, algum preparo para lidar com a complexidade das leis. Bom… o ‘feitiço pode virar contra o feiticeiro’. Essa idéia não é nova e sequer inédita; algumas pessoas sustentam que assim haveriam mais fraudes. Afinal, sem possuir grandes conhecimentos já abusam. Imagine você (eu me poupo disso) se eles tivessem mais habilidades com os trâmites legais!